Esse é um dos assuntos mais procurados no google, pois muitos estudantes de radiologia tem dúvidas sobre o cálculo do kV e mAs! O cálculo é muito importante pois é a base para realização da tarefa mais importante de um técnico e de um tecnólogo em radiologia médica que é a obtenção das imagens diagnósticas.
Ter uma boa base teórica faz toda a diferença quando você vai para a prática, para se ter uma ideia o cálculo de kV e mAs exige do técnico/tecnólogo os seguintes conhecimentos:
- Princípios físicos da produção de Raios X
- Ações dos fatores elétricos de exposição
- Fatores geométricos da exposição radiográfica (ampliação/distorção)
- Anatomia
- Alterações patológicas que interferem na densidade do órgão ou região anatômica em estudo
Será que os estudantes quando vão para o estágio tem todo esse domínio?
Minha experiência de mais de 20 anos lecionando em cursos técnicos e tecnológicos em Radiologia me diz que ainda tem muito a ser feito.
Então para contribuir com você que nos acompanha aqui na Academia de Radiologia, nos preparamos um texto a seguir sobre esses dois parâmetros, assim você poderá conhecer melhor o assunto.
Vamos a partir de agora mergulhar nesse domínio do kV e mAs.
O primeiro a propor o cálculo das técnicas radiográficas foi o americano Arthur Fucks usando a técnica do kV fixo para cada região do corpo, variando apenas o mAs em função da espessura.
Já no Brasil Afonso Maron na década de 50 propôs a fórmula de dosagem que consistia em obter o kV a partir da espessura do paciente.
A partir do kV obtinha-se um valor do mAs pela aplicação de um coeficiente miliamperimétrico para a região a ser radiografada.
No Radiodiagnóstico temos uma faixa entre 40 kV e 120 kV, lembrando que o kV controla o contraste da imagem.
A fórmula de fatores de exposição, tem a finalidade de minimizar erros ao utilizar os fatores técnicos kV e mAs sem nenhum critério.
A fórmula proposta serve para regiões maiores que 10 cm de espessura ou seja não serve para as extremidades que tem espessuras menores que essa, dependendo do paciente.
Vale lembrar que não é simplesmente calcular o kV e o mAs, pois outros fatores devem ser levados em consideração como a distância foco-receptor de imagem, distância foco-objeto, espessura e densidade da região a ser radiografada.
A fórmula proposta por Maron é a seguinte:
kV = 2x espessura + constante do aparelho
A espessura da região anatômica do paciente que será radiografada deve ser medida no espessômetro, a constante do equipamento depende de alguns fatores do equipamento que está sendo utilizado, algumas referências apresentam o valor da constante entre 20 a 30.
Enquanto a formula do mAs é :
mAs = kV x CMM (constante miliamperimétrica de maron),
sendo o CMR com valores tabelados
Região | CMR |
Ossos | 1 |
Partes Moles | 0,8 |
Pulmão | 0,03 |
O uso destas fórmulas tem como finalidade minimizar os possíveis erros quando se utilizam valores das técnicas de kV e mAs sem nenhum critério ou mesmo referência.
Existem outras técnicas com base nas cartas de técnicas radiográficas. Os 4 principais tipos são:
- Tensão Variável
- Tensão Fixa
- Alta Tensão
- Exposição Automática
A carta técnica radiográfica de kVp variável utiliza um valor fixo de mAs e um kVp que vária de acordo com a espessura da parte anatômica.
Um ponto importante é que as cartas radiográficas de livros, panfletos e fabricantes não devem ser usadas sem adequações.
Vamos analisar agora as funções da kV (quilovoltagem) que está relacionada a energia do feixe de raios X, quanto maior o kVp utilizado, maior será o poder de penetração dos fótons de raios X, o kVp é o principal fator de controle do contraste da imagem.
Já a miliamperagem-segundos (mAs) que é o fator da corrente elétrica (mA) pelo tempo em segundos (s), define a quantidade de fótons de raios X aplicados na exposição radiográfica, então quanto maior o mAs maior a quantidade de raios X, e maior o grau de enegrecimento (densidade radiográfica) da imagem.
Partes mais espessas da anatomia necessitam de mAs mais altos para atingir uma densidade radiográfica adequada.
Quando dobramos o mA ou o tempo (s) dobramos a exposição no receptor de imagem (densidade óptica).
O mA e o tempo devem ser inversamente proporcionais, para manter uma determinada exposição, se o mA for dobrado precisar reduzir o tempo pela metade e vice-versa.
Um outro ponto importante é o processamento da imagem, se utilizarmos a processadora automática, outros parâmetros irão influenciar como a qualidade dos químicos como a concentração, a temperatura o tempo de processamento.
Por esse e outros motivos , a tabela de técnicas de kV e mAs de um aparelho pode não funcionar em outro, na maioria das vezes são necessários alguns ajustes. O importante é termos valores de referencias para os diferentes exames.
Conhecer a teoria vai te ajudar a fazer esses ajustes nos parâmetros técnicos com muita segurança, pois você saberá o que ocorre ao diminuir ou amentar qualquer um dos parâmetros kV, mAs e a distância.
Finalizando este texto, quero te deixar uma reflexão, será que sem esses conhecimentos vistos de forma profunda, você conseguirá ajustar as técnicas com segurança?
Se você quiser aprender mais sobre esses fatores e como eles interferem na formação da imagem radiográfica, nos preparamos esse e-book abaixo, para ajudar alunos dos cursos técnicos e tecnológicos que irão para seus estágios. Este e-book é um guia de consulta para saber como cada fator se comporta com as mudanças.
Se você quiser conhecer mais sobre esse e-book clique aqui.
Referências:
Orth D.; Essentials of Radiologic Science, 2 nd Edition
Carroll QB. Radiography in the didital age, 3rd Edition.
Nobrega AI.; Tecnologia Radiológica e Diagnóstico por Imagem, 6ª Edição.
Em referência ao kV ser responsável pelo contraste da radiografia; contraste ou transparência radiográfica. Quanto maior os kV, maior a transparência do objeto radiografado. Caso queira dar o contraste na imagem devo aumentar o mAs. Podemos ver isso quando radiografamos o parênquima pulmonar, seu contraste não se modifica acentuadamente sendo o uso dos kV em 40 até 100. Para obter o contraste dele devemos usar mAs maior.
Quanto a tecnica de Maron, a constante miliamperica para osteo-articular = 2 e não 1. Devido a modificação dos aparelhos, (constante aparelho) foi modificada e essa adaptação ficou em 1 e que atualmente com aparelhos de alta frequência caiu mais ainda.
Eu não sabia sobre o Afonso Maron, geralmente são passados os cálculos, mais não se fala muito sobre o início da criação ou quem foi o responsável pelos feitos em algumas situações.
Sobre as fórmulas e teorias, te fato precisamos saber da teoria para melhorar a prática, e assim poder fazer um trabalho com maestria. Muito bom todo o material, aprendi muito.
Mesmo que a sala onde sera feito o exame de imagem não disponha de expessometro, o profissional deve ter o conhecimento teórico, para que saiba usar corretamente a técnica, para cada exame. Com isso evitará o maior tempo de exposição do paciente com radiação.
Sempre fazer o procedimento certo seguindo todos passo a possa, na dúvida consultar o livro e nunca tomar decisão sem ter certeza .
OBRIGADO MUITO BOM
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qe Deus abencoe a todos